Filósofo explica por que deixou de ser ateu


Filósofo explica por que deixou de ser ateu
Fonte: fatosemfocobrasil.com.br   --   19/08/2013

A revista Veja de 13/7 publicou entrevista interessante com o filósofo Luiz Felipe Pondé, de 52 anos. Responsável por uma coluna semanal na Folha de S. Paulo e autor de livros, Pondé costuma criticar certezas e lugares-comuns bem estabelecidos entre seus pares. Professor da Faap e da PUC, em São Paulo, o filósofo também é estudioso de teologia e considera o ateísmo filosoficamente raso, mas não é seguidor de nenhuma religião em particular. Pondé diz que “a esquerda é menos completa como ferramenta cultural para produzir uma visão de si mesma. A espiritualidade de esquerda é rasa. Aloca toda a responsabilidade do mal fora de você: o mal está na classe social, no capital, no estado, na elite. Isso infantiliza o ser humano. Ninguém sai de um jantar inteligente para se olhar no espelho e ver um demônio. Não: todos se veem como heróis que estão salvando o mundo por andar de bicicleta”. Sobre sexo, ele diz: “Eu considero a revolução sexual um dos maiores engodos da história recente. Criou uma dimensão de indústria, no sentido da quantidade, das relações sexuais – mas na maioria elas são muito ruins, porque as pessoas são complicadas.”

Leia aqui mais alguns trechos da entrevista:

Por que a política não pode ser redentora?
O cristianismo, que é uma religião hegemônica no Ocidente, fala do pecador, de sua busca e de seu conflito interior. É uma espiritualidade riquíssima, pouco conhecida por causa do estrago feito pelo secularismo extremado. Ao lado de sua vocação repressora institucional, o cristianismo reconhece que o homem é fraco, é frágil. As redenções políticas não têm isso. Esse é um aspecto do pensamento de esquerda que eu acho brega. Essa visão do homem sem responsabilidade moral. O mal está sempre na classe social, na relação econômica, na opressão do poder. Na visão medieval, é a graça de Deus que redime o mundo. É um conceito complexo e fugidio. Não se sabe se alguém é capaz de ganhar a graça por seus próprios méritos, ou se é Deus na sua perfeição que concede a graça. Em qualquer hipótese, a graça não depende de um movimento positivo de um grupo. Na redenção política, é sempre o coletivo, o grupo, que assume o papel de redentor. O grupo, como a história do século 20 nos mostrou, é sempre opressivo.

Em que o cristianismo é superior ao pensamento de esquerda?
Pegue a ideia de santidade. Ninguém, em nenhuma teologia da tradição cristã – nem da judaica ou islâmica –, pode dizer-se santo. Nunca. Isso na verdade vem desde Aristóteles: ninguém pode enunciar a própria virtude. A virtude de um homem é anunciada pelos outros homens. Na tradição católica – o protestantismo não tem santos –, o santo é sempre alguém que, o tempo todo, reconhece o mal em si mesmo. O clero da esquerda, ao contrário, é movido por um sentimento de pureza. Considera sempre o outro como o porco capitalista, o burguês. Ele próprio não. Ele está salvo, porque reclica lixo, porque vota no PT, ou em algum partido que se acha mais puro ainda, como o PSOL, até porque o PT já está meio melado. Não há contradição interior na moral esquerdista. As pessoas se autointitulam santas e ficam indignadas com o mal do outro.

Quando o cristianismo cruza o pensamento de esquerda, como no caso da Teologia da Libertação, a humildade se perde?
Sim. Eu vejo isso empiricamente em colegas da Teologia da Libertação. Eles se acham puros. Tecnicamente, a Teologia da Libertação é, por um lado, uma fiel herdeira da tradição cristã. Ela vem da crítica social que está nos profetas de Israel, no Antigo Testamento. Esses profetas falam mal do rei, mas em idealizar o povo. O cristianismo é descendente principalmente desse viés do judaísmo.

Também o cristianismo nasceu questionando a estrutura social. Até aqui, isso não me parece um erro teológico. Só que a Teologia da Libertação toma como ferramenta o marxismo, e isso sim é um erro. Um cristão que recorre a Marx, ou a Nietzsche – a quem admiro –, é como uma criança que entra na jaula do leão e faz bilu-bilu na cara dele. É natural que a Teologia da Libertação, no Brasil, tenha evoluído para Leonardo Boff, que já não tem nada de cristão. Boff evoluiu para um certo paganismo Nova Era – e já nem é marxista tampouco. A Teologia da Libertação é ruim de marketing. É como já se disse: enquanto a Teologia da Libertação fez a opção pelo pobre, o pobre fez a opção pelo pentecostalismo.

O senhor acredita em Deus?
Sim. Mas já fui ateu por muito tempo. Quando digo que acredito em Deus, é porque acho essa uma das hipóteses mais elegantes em relação, por exemplo, à origem do universo. Não é que eu rejeite o acaso ou a violência implícitos no darwinismo – pelo contrário. Mas considero que o conceito de Deus na tradição ocidental é, em termos filosóficos, muito sofisticado. Lembro-me sempre de algo que o escritor inglês Chesterton dizia: não há problema em não acreditar em Deus; o problema é que quem deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em qualquer outra bobagem, seja na história, na ciência ou sem si mesmo, que é a coisa mais brega de todas. Só alguém muito alienado pode acreditar em si mesmo. Minha posição teológica não é óbvia e confunde muito as pessoas. Opero no debate público assumindo os riscos do niilista. Quase nunca lanço a hipótese de Deus no debate moral, filosófico ou político. Do ponto de vista político, a importância que vejo na religião é outra. Para mim, ela é uma fonte de hábitos morais, e historicamente oferece resistência à tendência do Estado moderno de querer fazer a cura das almas, como se dizia na Idade Média – querer se meter na vida moral das pessoas.

Por que o senhor deixou de ser ateu?
Comecei a achar o ateísmo aborrecido, do ponto de vista filosófico. A hipótese de Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. Sou basicamente pessimista, cético, descrente, quase na fronteira da melancolia. Mas tenho sorte sem merecê-la. Percebo uma certa beleza, uma certa misericórdia no mundo, que não consigo deduzir a partir dos seres humanos, tampouco de mim mesmo. Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica.

O Espirito do Ateísmo


Com o subtítulo Introdução a uma espiritualidade sem Deus, é o livro mais audacioso de André Comte-Sponville. O filósofo iniciou a carreira na tradicional academia francesa, mas sua inquietação não-acadêmica acabou por afastá-lo de bancas e auditórios e currículos online. Passou a escrever mais livremente, quase diletante, de todo modo em clima didático e descontraído. Propôs-se a divulgar a filosofia, na sua vertente materialista, naturalista, humanista e atéia. Publicou obras com títulos frugais como Pequeno tratado das grandes virtudes, Uma educação filosófica e Viver.
Livre do pesadume de notas de rodapé e longas citações, seus livros conseguem articular conteúdos sem atrofiar em lição de escola ou, horror!, auto-ajuda travestida de ensinamento filosófico. Tributário de uma prosa confessional, em primeira pessoa, na melhor tradição de Michel de Montaigne e Blaise Pascal, as obras vertem a ontologia de Epicuro, Spinoza, Nietzsche ou Wittgenstein, em ensaios palatáveis e salpicados de insights, digressões elucidativas e humor inteligente. Correndo por fora do mainstream intelectual, o autor tem sido um êxito editorial, como educador eloqüente, que não hesita em comparecer à televisão para se dirigir ao grande público, — por assim dizer fusão (improvável) de Marilena Chauí e Viviane Mosé.
Em O Espírito do Ateísmo, o materialista epicuro-spinozano pretende conciliar-se com o lado espiritual. Sem Deus, transcendência, esperança ou autoridade religiosa; mas com “fidelidade”, “sentimento oceânico”, “serenidade” e “comunhão”. Em síntese, um lado espiritual independente das religiões. Sua meta: explicar como um ateu não precisa renunciar à espiritualidade, e como esta não está associada necessariamente à crença em Deus e menos ainda à filiação religiosa.
Para isso, Comte-Sponville divide a peça em três atos: Pode-se viver sem religião?, Deus existe? e Que espiritualidade para os ateus?.
No primeiro ato, reafirma-se a repulsa por qualquer sistema de autoridade baseado no dogma, na moral institucional, na verdade anunciada, — com seus “janízaros do absoluto” e suas cruzadas assassinas. Se Deus existe tudo é permitido, pois não se transige com o absoluto. Por um lado, Comte-Sponville admite que as religiões, quando moderadas e submetidas ao poder civil laico, podem ser úteis como consolo metafísico ou fio condutor de comportamento. Afinal, diante do sofrimento e da morte, cada um se arranja como pode. Quem somos nós para frustrá-los. Mas, por outro lado, sustenta que a religião é dispensável para fundamentar uma ética, logo, a felicidade. Que se pode jogar a água da banheira fora, mas não o bebê.
Daí Comte-Sponville introduzir a sua versão humanista-e-secular de ética não-religiosa. Eis um cristianismo mundanizado, e por isso esboça chamá-lo, paradoxalmente, de “ateísmo cristão”, para então se contentar com “ateísmo fiel”. Isto significa um ateísmo que não prescinde dos valores cristãos, nominalmente a comunhão e a fidelidade. Não rejeita a memória da comunidade e o convívio humanista com as pessoas, no sentido de assistência, caridade, temperança, eqüidade e polidez. Um ateísmo light, entre o agnosticismo pudico e o (ele rotula) “niilismo bárbaro” — tão nocivo e incivilizado à sociedade quanto os piores fundamentalismos religiosos.
O segundo ato, Deus existe?, é o menos polêmico. E gerará menos calores nas mãos do leitor ateu. Aqui, Comte-Sponville compila seis cadeias de argumentos para não se acreditar numa entidade pessoal, transcendente e eterna, criadora do mundo, acima do bem e do mal, que gerou o ser humano a sua imagem e semelhança, com o fito de cumprir um plano providencial e secreto, que visa à salvação das almas. Deus do cristianismo, islamismo e judaísmo. Seguem refutações loquazes, elegantes, das célebres provas de Deus — ontológica, cosmológica e física, — bem como os conhecidos argumentos da enormidade do mal e da mediocridade do homem. Capítulo leve, quase burocrático, não fosse a prosa límpida do autor, menos passional que Richard Dawkins, mas igualmente convincente. Até aqui, nada de novo no reino do ateísmo.
O bicho pega é no terceiro ato, a razão de ser do livro.
Convocando usuais referências do cânone ocidental, mas também “orientais”, como Lao-Tsé, Nagarjuna, Krishnamurti e Prajnanpad, o autor pretende estabelecer que o ateu também tem espírito, ou melhor, um lado espiritual. Nada tem de anímico, transcendente ou participante do divino, mas também não possui sentido figurado.  É espírito mesmo. Trata-se de um atributo que distingue o humano dos demais animais. Que faz o homem contemplar uma bela paisagem ou gozar estupefato de uma sinfonia de Mozart. E permite, assim, que uma criatura finita e relativa possa experimentar o absoluto e o ilimitado.
A mãe dos argumentos dele é uma experiência absolutamente pessoal do absoluto, um sentimento do Todo que, na sua inteireza e desproporção, seria inenarrável. Epifânica. É uma vivência reveladora, num “sentimento oceânico” que várias pessoas relatam em certas ocasiões singulares. Um amor por todas as coisas que dá vontade de chorar, uma revelação de plenitude imensamente serena; uma aceitação total do enigma agasalhado no peito; uma prostração apaziguadora e venerável, pela insignificância do homem diante de um universo infinito, do universo indiferente, do “eterno silêncio desses espaços infinitos”. 
Ousado, Comte-Sponville confessa filiar-se ao misticismo, ao mistério, ao “fazer silêncio”. Subscreve Ludwig Wittgenstein, no seu mergulho calado nos confins da lógica e da ontologia. Subscreve Martin Heidegger, no seu escutar do Ser, nas entranhas da floresta negra da existência.
São sessenta páginas tentando verbalizar essa epifania que, para o autor, inaugura e possibilita uma espiritualidade atéia, — nada contraditória com seu materialismo e naturalismo. 
Audacioso, porém impotente.
A impressão que tive, ao finalizar O Espírito do Ateísmo, é que Carlos Drummond foi mais sintético e expressivo, mais feliz, com o poema A Máquina do Mundo, — entre outros de sua fase metafísico-sentimental. É curioso como tais teodicéias místicas sempre e sempre se realizam com viagens para a floresta, em imersões na natureza silvestre. Quer diante de um lago bucólico, de um velho plátano, de uma cachoeira tropical, de uma estradinha de Minas Gerais… o “sentimento oceânico” jamais ocorre no burburinho da metrópole, na azáfama de vozes e cheiros das ruas e praças. A meditação pressupõe paisagens amplas e contemplativas, e afasta o homem de suas preocupações (supostamente) menores e mais imediatas.
Mas a fuga da cidade é também o distanciamento da política. A estética da aceitação, da escuta do Ser e a contemplação assombrada, não importa, todas elas contrariam uma ética da revolta. Na medida em que não se revolvem e se remordem com o absurdo, mas o abraçam e se contentam. Esse contentamento me enche de ódio. Fazem do absurdo um bonsai e não uma máquina de guerra, e assim adormecem no conformismo deslumbrado.
Mais uma vez Camus foi clarividente, quando escreveu que só o ateísmo é pouco, pois a negação pela negação nada produz. O ateísmo não viceja seus frutos podres se não passar ao campo da prática, na revolta no seu tempo, contra o seu tempo. Viver absurdamente demanda que o absurdo se conjugue com o orgulho e a revolta, numa recusa militante à finitude, à totalidade, ao absoluto, isto é, a todas as formas de fraqueza, conciliação e subjugação. O homem exila-se em sua vida menos por se prostar e aceitar sua falibilidade e torpeza, do que por insubmissão n´importe quoi
Mesmo nos últimos suspiros, sentirá o ciúmes daqueles que ficam, que poderão saborear um sorriso, uma risada, um bom vinho ou a boca da mulher. “Eu irei para debaixo da terra, e você, você caminhará ao sol!” O ateu revoltado morrerá irreconciliado, sua sabedoria não virá jamais. E não escreverá odes ao poente nem se inebriará com a sua insignificância. Disso, no máximo, poderá rir, com timbre trágico, nunca aceitar.
André Comte-Sponville assume uma ética do apaziguamento. Pretende saciar a sua fome de absoluto com uma outra religião. Religião pós-moderna? pós-materialista? Uma religião orientalizada (nunca oriental), um misticismo desesperado, um pessimismo passivo disfarçado de contemplação, na mesma linha de Arthur Schopenhauer, e de infindáveis autores esotéricos contemporâneos. Prefere o silêncio da floresta e a sua clara noite, à alegria carnavalesca da metrópole, ao espetáculo de dança e sangue da política mundana. Prefere os olhos e as pupilas cansadas aos dentes e mandíbulas vorazes. Zaratustra não foi ao deserto para reconciliar-se com o mistério, mas para sofrer até a última gota de absurdo e não se purificar.
Na busca por simpatia universal, Comte-Sponville não concilia o ateu com o seu lado espiritual. Domestica-o com a “espiritualidade” e termina por oferecer apenas mais uma religião da decadência, — tão contemporânea, tão débil.
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Comte-Sponville, André; O Espírito do Ateísmo, 1a ed., 2a tiragem, São Paulo: 2009, Martins Fontes [2006], 192 pág.

Reflexões sobre Psicoterapia Existencial e a Vida


Para Psicoterapia Existencial a existência precede a essência. A existência é uma construção permanente do nascimento a morte. Durante esse processo muitas são as angústias vividas por nós, seres humanos. As 4 angústias fundamentais que permeiam nosso existir são a solidão, a morte, a liberdade e o projeto existencial. Todas elas relacionam-se entre si e são vivenciadas por nós em várias etapas da vida. Junto a elas encontramos as dificuldades inerentes a situação, tempo, espaço, fala, outro e obra, conforme nos apontou Augras (1986) em seu livro “O ser da compreensão”.


A angústia da solidão diz da nossa dificuldade de estar só. Este estar só implica estarmos conosco mesmo, o que não é nada fácil já que com isso nos deparamos com nossa humanidade, nossas imperfeições. Então nossa maior dificuldade se revela e tentamos fugir da separação do outro. O outro é importante em nossa história. Nós somos seres sociais e por isso precisamos estar com o outro. Contudo não podemos estar no outro. Por isso fugimos da separação com a fusão ou com a hostilidade. Fundimos-nos ao outro com receio de perdê-lo. Com isso adoecemos um relacionamento, pois não suportamos viver a vida do outro por muito tempo sem nos deparamos com nós mesmos em algum momento. No outro extremo, também podemos ser hostis. Afinal já que precisamos nos separar, talvez seja preferível que nem haja a união. Com isso nos afastamos do outro, o enxotamos de nossa vida para que não nos percamos dele.


A liberdade também nos causa angústia. Liberdade de escolher, de estarmos diante do desconhecido. Somos lançados ao mundo e todo o tempo nos submetemos a nossas escolhas. Como disse Sartre “Estamos condenados a ser livres”. Escolher é angustiante, pois há infinitas possibilidades que são perdidas quando uma só pode ser escolhida. Estamos sempre diante de situações conflitivas, ambíguas e paradoxais, e precisamos exercer nossa liberdade. Mas tentamos evitá-la todo o tempo. Queremos ter o controle sobre todas as possibilidades para que nossa escolha seja mais fácil. Recorremo-nos a oráculos pois precisamos ter o controle do tempo. Quando algo vai ocorrer? Como posso escolher? Para onde essa escolha irá me levar? Queremos as previsões prontas e concretas. Para evitar a angústia da liberdade, evitamos ou reduzimos nossas escolhas. Contudo a não escolha já é uma escolha e por isso a angústia é permanente.


A morte é nossa maior certeza e nossa principal negação. Apenas a menção da morte causa angústia para alguns. É preferível se alienar no mundo, no tempo e no espaço, do que reconhecer que somos seres finitos. Não queremos envelhecer, pois a velhice nos remete a nossa morte. Nosso corpo é nosso espaço vital que também é construído na existência. Mantê-lo jovem e forte é nosso ideal. Contudo o tempo não para. As rugas aparecem e os cabelos embranquecem. Então percebemos que esse corpo é uma construção que também irá se findar. Contudo, acreditamos ser invulneráveis. A morte só atinge ao outro. Mas a vida nos lembra da morte a todo segundo. Para morrer basta estar vivo. Nossas perdas ao longo da vida nos doem na mesma proporção do quanto distantes da morte acreditamos nos encontrar. Então estas perdas, seja de pessoas, de um emprego, de casamento, é a vida lembrando nossa invulnerabilidade, nossa falta de controle, nossa impermanência e finitude. Afinal não é nossa única certeza? Será que, como Gregor (personagem de Kafka em A Metamorfose), precisamos virar insetos para reconhecer nossa humanidade? Mas sim, precisamos da metamorfose.


Enfim o projeto existencial. A angústia de ter um sentido. A obra que iremos realizar. No decorrer de nossa existência criamos inúmeros projetos. Isto porque o projeto é uma construção constante, e só termina com a morte. Em alguns momentos nos enterramos devido a um único projeto, mas esquecemos que não há vida sem sentido, nem existência sem projeto, por isso ele não pode ser único. Ele envolve nossa liberdade de escolha, nosso estar só, e o reconhecimento da nossa finitude. Ele nos acompanha do início ao fim de nossa existência. Mesmo porque, como nos disse Carl Rogers: “A grande obra do ser humano é a construção de existência”.



 Artigo escrito por Cristina; acesso original em:
http://jornadapsicologica.blogspot.com.br/2011/10/reflexoes-sobre-psicoterapia.html

A única religião que vale!

“As Beatitudes, a parábola do filho pródigo, a do bom samaritano, o relato da mulher adúltera… expressam o essencial: Jesus, “mestre doce e humilde de coração”, foi o israelita que substituiu, como se diz, o amor à Lei pela lei do amor, que fez do amor o único absoluto, o único mandamento, ou aquele ao menos que justifica todos os outros. Que importa o sabá, os ritos ou as proibições alimentares? “Já não se trata do puro e do impuro”, observa Gérard Bessière, “trata-se do amor e do perdão.” As prostitutas precedem os fariseus no reino, e aquele que diz “amo a Deus” e que não ama o irmão ou o inimigo é um mentiroso. Aí está, para mim, a verdadeira mensagem de Cristo, em todo caso aquela que guardo: o amor vale mais que a religião; o amor é a única religião que vale.”
André Comte-Sponville em Bom Dia, Angústia!

Millôr Fernandes - (1923 - 2012)

Morre o escritor Millôr Fernandes aos 87 anos! Perdemos um dos maiores pensadores do país. Um filósofo que fazia rir. E pensar. Entre suas milhares de frases certeiras, guardo esta:

Os mais novos não vão se lembrar, mas houve uma época em que o humor, no Brasil, era o último refúgio, não do preconceito e da escrotidão, mas da lucidez. Nos anos finais da ditadura, Luís Fernando Veríssimo, Millôr, Ziraldo e Henfil, entre outros, mostravam-nos, com arte e alegria, aquilo que repórteres e editorialistas não podiam, ou não conseguiam — que o rei estava nu.

"Um ditador pode bem retocar uma foto oficial, mas não consegue evitar uma caricatura". Ficamos mais pobres hoje.


Algumas frases do imortal Millôr Fernandes (dramaturgo, cartunista, poeta e jornalista):

- Viver é desenhar sem borracha. 

- Quando todo mundo quer saber é porque ninguém tem nada com isso.

- O dinheiro não só fala, como faz muita gente calar a boca. 

- Passado: é o futuro, usado. 

- Chama-se celebridade um débil mental que foi à televisão. 

- A única diferença entre a loucura e a saúde mental é que a primeira é muito mais comum. 

- Ser pobre não é crime, mas ajuda muito a chegar lá. 

- A saudade diminuiu ou fomos nós que envelhecemos? 

- Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos.

- Pontual é alguém que resolveu esperar muito.

- Se é gostoso faz logo, amanhã pode ser ilegal. 

- Há duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos fracassos. 

- As pessoas que falam muito acabam sempre contando coisas que ainda não aconteceram.

- Esta é a verdade: a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito. 

- Um homem é realmente velho quando só pensa nisso. 

- Se todos os homens recebessem exatamente o que merecem, ia sobrar muito dinheiro no mundo. 

- O mal do mundo é que Deus envelheceu e o Diabo evoluiu.

Rubinho Pirola

Vida de Plástico

Nos dias atuais a ideologia vigente é a da felicidade. Ser feliz é o objetivo comum da grande maioria dos habitantes do planeta. Felicidade é ao mesmo tempo caminho e destino, meio e fim; muitos são os que voluntariamente ou não estão embasando sua existência na tão sonhada e desejada felicidade. As religiões têm usado deste conceito para se propagarem pelo mundo contemporâneo pluralista; judaísmo, budismo, cristianismo, espiritismo, e mais uma dúzia de “ismos” existentes.
O que vem a ser este grande tesouro que tem mobilizado e atraído nações e gerações por tanto tempo?
A televisão vende a felicidade, a internet distorce e democratiza, a religião a manipula,   as pessoas a buscam, e de fato, ninguém a encontra em sua mais pura essência.
          Ninguém a encontra, pois a busca pela felicidade em todos os sentidos neste mundo em que vivemos ainda é concebida a partir de nós, das nossas crenças e da reprodução ideológica que sofrer é para os fracos, sofrer é para os derrotados, sofrer é o atestado de que fomos incapazes de lidar com os desafios da vida. O potencial humano esta colocado a prova, teorias tentam explicar o homem, seus medos, seus comportamentos, suas angustias; inúmeras são as explicações mas nenhuma de fato, conseguiu até hoje responder a altura da pergunta:
           Por que sofrem os homens? Ou por que coisas boas acontecem com pessoas ruins, e coisas ruins com pessoas boas? Por que nada impede que muitas vezes o mal triunfe sobre o bem? Por que os “maus” muitas vezes levam vantagem sobre os “bons”? Será que merecemos as tragédias e o sofrimento desta vida? 
"O casal que perde o filho recém nascido, o adolescente que fica tetraplégico após um displicente mergulho, a mulher que se vê mutilada após um câncer, a enchente que faz muita gente boa perder tudo o que possuem, o terremoto que destrói ainda mais um país que já esta arrasado pela pobreza, o deslizamento de barreira que mata dezenas de pessoas boas."

Não tenho idéia se as pessoas param para refletir sobre estas coisas, mas o fato é que a pós modernidade tem conduzido a grande massa humana a acreditar que o a vida consiste na felicidade, que pode ser definida com a plena realização dos desejos ou a ausência de sofrimento. A partir daí, a relatividade, o hedonismo, o consumismo impulsionado pela mídia tecnológica potencializam o imediatismo, o culto ao “eu”, colocando novamente no centro de tudo o ser humano. Talvez exatamente neste ponto resida o grande paradoxo da contemporaneidade. SER E TER se tornaram a mesma coisa, com predominância do TER que define o SER. 
A cultura “Barbiana” e “Keniana” (discípulas da boneca Barbie e do Ken) nunca tiveram tão adeptos quanto hoje, a estética toma conta da sociedade manipulando nossas mentes frente ao desafio da autenticidade. A vida de plástico é cultuada, a fama, o prazer, o sucesso. A doença agora é a da imagem!

Não se engane, não sou fatalista, mas ninguém escapa disso, bem vindo ao mundo que vai de mal a pior, bem vindo a humanidade que caminha “a passos de formiga e sem vontade” . Por que este problema é mais antigo do que o próprio homem, e talvez ainda perdure por muito tempo...
O mal alimenta o sofrimento, e o mal não esta só fora de nós, está em nós...  precisamos proteger nossa mente, buscamos vida e sentido, chega de mentiras filosóficas, a existência é mais do que o que podemos ver, existe um propósito maior para a vida, só precisamos buscá-lo no lugar certo! 
Deseje uma vida de verdade, ela existe!


Ricardo Chaves

Stênio Marcius - O Tapeceiro


 Vale a pena conferir este video do Stenio Marcus, inevitável não dizer que realmente a inspiração foi divina....


No Brasil, Futebol é Religião por Ed Rene Kivitz


Parece mentira, mas foi verdade. No dia 1°/Abr/2010, o elenco do Santos atual campeão paulista de futebol  foi a uma instituição que abriga trinta e quatro pessoas. O objetivo era distribuir ovos de Páscoa para crianças e adolescentes, a maioria com paralisia cerebral.

Ocorreu que boa parte dos atletas não saiu do ônibus que os levou.

Entre estes, Robinho (26a), Neymar (18a), Ganso (21a), Fábio Costa (32a), Durval (29a), Léo (24a), Marquinhos (28a) e André (19a) todos ídolos super-aguardados.

O motivo teria sido religioso: a instituição era o Lar Espírita Mensageiros da Luz, de Santos-SP, cujo lema é Assistência à Paralisia Cerebral...

Visivelmente constrangido, o técnico Dorival Jr. tentou convencer o grupo a participar da ação de caridade. Posteriormente, o Santos informou que os jogadores não entraram no local simplesmente porque não quiseram.

Dentro da instituição, os outros jogadores participaram da doação dos 600 ovos, entre eles, Felipe (22a), Edu Dracena (29a), Arouca (23a), Pará (24a) e Wesley (22a), que conversaram e brincaram com as crianças.

Eis que o escritor, conferencista e Pastor (com Pmaiúsculo) ED RENÉ KIVITZ, da Igreja Batista de Água Branca (São Paulo), fez uma análise profunda sobre o ocorrido e escreveu o texto No Brasil, futebol é religião, que abaixo tenho o prazer de compartilhar.



Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa.
Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso, cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.

A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé.
A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno; ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo; ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião.
Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião.
Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

 O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.
E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas, quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.
Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, faz com que os discordantes no mundo das crenças se deem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.

Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus.
Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental.

Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico, e santista desde pequenininho...

Freud no Futebol - Manchete Esportiva de 1956

...e pensar que 55 anos atrás o fabuloso jornalista e dramaturgo, Nelson Rodrigues, escreveu a pérola abaixo. Até hoje, pelo visto, muito pouca gente leu. Fica aqui o meu recado através das sábias idéias do escritor. Um amigo meu que foi aos Estados Unidos informa que, lá, todo mundo tem o seu psicanalista. O psicanalista tornou-se tão necessário e tão cotidiano como uma namorada. E o sujeito que, por qualquer razão eventual, deixa de vê-lo, de ouvi-lo, de farejá-lo, fica incapacitado para os amores, os negócios e as bandalheiras. Em suma: — antes de um desses atos gravíssimos, como seja o adultério, o desfalque, o homicídio ou o simples e cordial conto-do-vigário, a mulher e o homem praticam a sua psicanálise.

O exemplo dos Estados Unidos leva-me a pensar no Brasil ou, mais exatamente, no futebol brasileiro. De fato, o futebol brasileiro tem tudo, menos o seu psicanalista. Cuida-se da integridade das canelas, mas ninguém se lembra de preservar a saúde interior, o delicadíssimo equilíbrio emocional do jogador. E, no entanto, vamos e venhamos: — já é tempo de atribuir-se ao craque uma alma, que talvez seja precária, talvez perecível, mas que é incontestável.

A torcida, a imprensa e o rádio dão importância a pequeninos e miseráveis acidentes. Por exemplo: — uma reles distensão muscular desencadeia manchetes. Mas nenhum jornal ou locutor jamais se ocuparia de uma dor-de-cotovelo que viesse acometer um jogador e incapacitá-lo para tirar um vago arremesso lateral. Vejam vocês: há uma briosa e diligente equipe médica, que abrange desde uma coriza ordinaríssima até uma tuberculose bilateral. Só não existe um especialista para resguardar a lancinante fragilidade psíquica dos times. Em conseqüência, o jogador brasileiro é sempre um pobre ser em crise.

Para nós, o futebol não se traduz em termos técnicos e táticos, mas puramente emocionais. Basta lembrar o que foi o jogo Brasil x Hungria*, que perdemos no Mundial da Suíça. Eu disse “perdemos” e por quê? Pela superioridade técnica dos adversários? Absolutamente. Creio mesmo que, em técnica, brilho, agilidade mental, somos imbatíveis. Eis a verdade: — antes do jogo com os húngaros, estávamos derrotados emocionalmente. Repito: — fomos derrotados por uma dessas tremedeiras obtusas, irracionais e gratuitas. Por que esse medo de bicho, esse pânico selvagem, por quê? Ninguém saberia dizê-lo.

E não era uma pane individual: — era um afogamento coletivo. Naufragaram, ali, os jogadores, os torcedores, o chefe da delegação, a delegação, o técnico, o massagista. Nessas ocasiões, falta o principal. Estão a postos os jogadores, o técnico e o massagista. Mas quem ganha e perde as partidas é a alma. Foi a nossa alma que ruiu face à Hungria, foi a nossa alma que ruiu face ao Uruguai. E aqui pergunto: — que entende de alma um técnico de futebol? Não é um psicólogo, não é um psicanalista, não é nem mesmo um padre. Por exemplo: — no jogo Brasil x Uruguai entendo que um Freud seria muito mais eficaz na boca do túnel do que um Flávio Costa, um Zezé Moreira, um Martim Francisco. Nos Estados Unidos, não há uma Bovary, uma Karênina que não passe, antes do adultério, no psicanalista. Pois bem: — teríamos sido campeões do mundo, naquele momento, se o escrete houvesse freqüentado, previamente, por uns cinco anos, o seu psicanalista.

Sim, amigos: — havia um comissário de polícia, que lia muito X-9, muito Gibi. Para tudo o homem fazia o comentário erudito: — “Freud explicaria isso!”. Se um cachorro era atropelado, se uma gata gemia mais alto no telhado, se uma galinha pulava a cerca do vizinho, ele dizia: — “Freud explicaria isso!”. Faço minhas as palavras da autoridade: — só um Freud explicaria a derrota do Brasil frente à Hungria, do Brasil frente ao Uruguai e, em suma, qualquer derrota do homem brasileiro no futebol ou fora dele.
[Manchete Esportiva, 7/4/1956]

Voce conhece a GERAÇÃO C?



Existe, atualmente, um grupo que, mais do que conectado à internet, está hiper conectado a um planeta digital. Essas pessoas podem controlar, criar e distribuir conteúdo. Podem ter sua opinião disseminada, compartilhada e debatida. E, por funcionarem como um novo tipo de mídia, exercem enorme impacto sobre as marcas. Segundo Dan Pankraz, diretor de planejamento e estratégias para o público jovem da DDB Sydney, trata-se do grupo mais influente na realidade atual.

Estou falando da Geração C - letra que vem de ‘Connected Collective’. Ao contrário das gerações X, Y e Z, essa ‘geração’ nada tem a ver com idade ou outra característica demográfica. Eles podem ter 9 ou 39 anos, destaca Pankraz. O que eles possuem em comum, diz ele, é a conexão profunda com as mídias sociais.

Pra ajudar os profissionais de marketing a entender o que torna a geração C um grupo importantíssimo, o Pankraz disponibilizou uma lista bem interessante com algumas características desse grupo:

Comportamento Tribal: Essa geração forma suas próprias identidades e se expressa em tribos, refletindo o desejo de conectar em torno de idéias interessantes, objetos culturais, causas e movimentos Para ter chances maiores de alcançar a Geração C, as marcas precisam entrar nas conversas que estão acontecendo nas tribos. Opiniões de dentro das tribos tem muito mais credibilidade e conseguem mais atenção em comparação a fontes externas.

Status social com base nas coisas que compartilha: A Geração C ganha credibilidade com seus amigos ao expressar opiniões, ideias, observações e pensamentos. Essa influência depende do que eles compartilham, e de qual a freqüência. Portanto, pra virar conversa entre a geração C é preciso criar capital cultural sempre novo. Aparecer com novidades, comenta, é um processo que dá a eles status dentro das suas tribos e redes sociais. Os profissionais de marketing, aliás, precisam pensar sobre como estão melhorando o status social dos indivíduos com quem estão tentando engajar.

Comportamento de enxame de abelhas: Empoderados pelas mídias sociais, os membros dessa geração se mobilizam como um único ser dentro dessas tribos - assim como as abelhas -, em assuntos que os interessam. Os profissionais de marketing que querem influenciá-los de forma eficaz devem falar com a comunidade, e não com o indivíduo. Quando o assunto é decisão de compra, por exemplo, 85% dos jovens confiam na aprovação dos amigos, diz Pankraz.

Oxigênio social: Mais do que qualquer outra “geração”, a C se esforça para se manter constantemente conectada em plataformas de mídias sociais. Seus aparelhos móveis, no entanto, são seu ‘oxigênio social’, permitindo se conectar, criar e compartilhar opiniões e pensamentos dentro das suas tribos. O celular age como sua ponte para o mundo, mas, ao mesmo tempo, funciona como um escudo social para esse grupo se proteger das pessoas com quem não quer passar tempo.

Atenção parcial contínua: Esse pessoal consome, em média, 13 horas de conteúdo diário, e está constantemente exposto a novidades. Como se fossem especialistas em gestão de conteúdo e informação, eles se envolvem em conversas sem fim, constantemente ‘transmitindo ao vivo’ suas experiências ao mundo.

Camaleões: As plataformas de mídias sociais criaram um novo comportamento tribal entre o pessoal da geração C. Eles são camaleões, constantemente mudando e transformando suas identidades para simultaneamente pertencer ao máximo de tribos possíveis. Uma dimensão única definitivamente não é uma opção para a Geração C, conta Pankraz.

Co-criadores: A web social libertou a criatividade da geração C, levando ao que Pankraz chama de ‘democratização da criatividade’. Eles não mais consomem ideias, mas ativamente participam, se envolvem e colaboram.

Para ajudar a criar conteúdo para a geração C, o Dan Pankraz deixou 5 dicas. Segundo ele, os profissionais de marketing devem garantir que o conteúdo:

1. Seja relevante, útil e divertido.
2. Melhore seu status social dentro das tribos.
3. Peça uma reação e tenha uma interface social divertida.
4. Conecte os integrantes da geração uns aos outros, não apenas com a marca.
5. Permita a geração C a participar, interagir ou produzir conteúdo e passar adiante.


Enfim o projeto existencial

A angústia de ter um sentido. A obra que iremos realizar. No decorrer de nossa existência criamos inúmeros projetos. Isto porque o projeto é uma construção constante, e só termina com a morte.

Em alguns momentos nos enterramos devido a um único projeto, mas esquecemos que não há vida sem sentido, nem existência sem projeto, por isso ele não pode ser único.

Ele envolve nossa liberdade de escolha, nosso estar só, e o reconhecimento da nossa finitude. Ele nos acompanha do início ao fim de nossa existência. Mesmo porque, como nos disse Carl Rogers:

A grande obra do ser humano é a construção da existência.

 
Design Gráfico | Gil Villela